
A Justiça decretou a falência da Martau, famosa marca gaúcha de ventiladores, aquecedores e eletroportáteis. Há mais de 60 anos atuando no ramo de tecnologia, a empresa estava em recuperação judicial desde 2019, mas não resistiu após meses sem registrar lucros. A companhia acumulava dívida de cerca de R$ 20 milhões. A trajetória da fábrica fundada em 1961 foi encerrada em 15 de julho de 2021.
O juiz Gilberto Schäfer da Vara de Direito Empresarial, Recuperação de Empresas e Falências de Porto Alegre assinou a decisão após rejeição do plano de recuperação judicial em assembleia de credores.
A direção da Martau havia recorrido devido à rejeição do plano de recuperação judicial na assembleia de credores. A ausência de viabilidade econômica na reestruturação da empresa é apontado como um dos principais motivos para o plano de recuperação judicial não ter sido aprovado.
Os bens da empresa serão leiloados, incluindo estoque, marca e imóveis, em um tentativa de atender aos 93 credores da empresa. O maior passivo está concentrado em instituições financeiras, mas também há débitos trabalhistas e empréstimos. Na última avaliação enviada pela Martau, os bens da empresa somavam cerca de R$ 9 milhões, considerando a estrutura onde ocorria a produção em Porto Alegre, um pavilhão desocupado no Distrito Industrial de Alvorada, o estoque e a própria marca.
Nas redes sociais, ex-funcionários da fábrica em Cachoeirinha, no Distrito Industrial, lamentaram a falência. “Trabalhei na Martau, foi meu segundo emprego, assim que se instalou em Cachoeirinha. A entrevista de emprego ainda foi em Porto Alegre. Tempos bons, excelente equipe de trabalho naquela época, sendo meus gerentes diretos, os senhores Guilherme, Luis Fernando e João Carlos Martau (diretoria) e por último o Ronaldo Strehl (falecido). Lastimável a falência!”, recordou a internauta Isabel Sosnowski.
Na época, com o crescimento do Distrito Industrial muitas empresas migraram para Cachoeirinha, entre as quais a Martau. “Trabalhei na Martau em 1975 até 1982. Foi a melhor fase da empresa que fabricava ventiladores, aquecedores, chuveiros e secadoras de louças e roupas. Uma empresa muito familiar, pena que acabou”, lembrou a ex-funcionária Vanda Silva.